A Academia Internacional de Cinema abre suas portas em Curitiba, PR, (sob o nome Academia Internacional de Cinema de Curitiba), no dia 5 de agosto de 2004, com uma aula inaugural do diretor e fotógrafo Carlos Ebert, e o fotógrafo polonês Grzegorz Kedzierski, professor da renomada escola de cinema de Lódz, integra o corpo docente. 65 alunos ávidos por aprender cinema na prática vêm de diversas partes do país para formar as primeiras turmas do curso Filmworks, com duração de 2 anos. Em sua primeira leva de filmes, os alunos produzem autorretratos e curtas-metragens que até hoje habitam a memória coletiva de todos que viveram aquele momento pioneiro da AIC.

Mais alunos desembarcam na escola e novos filmes – em diversos gêneros – são realizados ao longo do ano. A AIC realiza uma mostra competitiva na Cinemateca de Curitiba que dará origem futuramente ao festival que hoje conhecemos como Filmworks Film Festival, premiando os melhores trabalhos produzidos pelos alunos. Entre os palestrantes, estão o scholar e documentarista americano Henry Breitose, o diretor sueco Mikael Wistrom e o diretor e editor brasileiro Felipe Lacerda. Alunos visitam o Festival de Gramado, onde realizam, com o videomaker alemão Tobias Kohl, uma intervenção visual usando adesivos e gravando a experiência. Outros cursos que trazem a assinatura da AIC também são inaugurados, como o Intensivo de Férias (o atual Cinema Férias) que hoje continua a atrair alunos de vários estados do país nas férias de verão e de inverno.

Um ano de crescimento. A AIC transfere sua sede para o atual casarão histórico em que hoje se localiza em São Paulo, que conta também com um estúdio. Passa a ser denominada Academia Internacional de Cinema e realiza uma Open House que abre o ano letivo do curso Filmworks com palestras abertas ao público, que dará origem à Semana de Orientação. Realiza workshops especiais com a diretora americana Allison Anders, o ator e diretor americano Joshua Leonard e o diretor argentino Rodrigo Moreno. Abre-se também a primeira turma do curso de Documentário, um dos principais cursos da AIC. Com a formatura da primeira turma do Filmworks em Curitiba, encerra-se o ciclo na cidade, e os profissionais formados pelo curso começam a movimentar produções locais e em seus estados de origem.

O ano começa com uma Semana de Orientação histórica, que reuniu alguns dos melhores diretores e profissionais de cinema da America Latina, com filas de dar volta na quadra para a palestra a diretora argentina Lucrecia Martel, que acabou dando uma palestra extra no mesmo dia, e com palestras de grandes cineastas brasileiros: Philippe Barcinski, Karim Aïnouz, Lili Caffe, Paulo Morelli, Jefferson D, Lina Chamie, Rogério Guidette, Felipe Lacerda, Katia Coelho, Andrea Tonacci, Jorge Bodanzky. A AIC passa cada vez mais a fazer parte da comunidade de cinema nacional, através de seus professores – profissionais atuantes no mercado—, e de seus alunos, que começam a integrar esse mercado e a ver seus filmes selecionados em festivais – um importante componente na trajetória dos que passam pela AIC. Foto: Renata D'Elia

O curso Filmworks, com dois anos de duração, passa a oferecer o Diploma de Técnico em Direção Cinematográfica, reconhecido pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. É o primeiro curso nesses moldes no Brasil. Tata Amaral, Philippe Barcinszki, Ugo Giorgetti, Fernando Bonassi e George Stoney estão entre os palestrantes nacionais e internacionais que trazem sua experiência à AIC. A artista e videomaker alemã Caecilia Tripp produz com alunos a vídeo instalação em 3 telas “Motoboy/Cacau The Mad Boy”, que no mesmo ano entrou em exibição na Galeria Vermelho, em São Paulo. Artistas visuais realizam a intervenção freestyle que hoje ainda pode ser vista nos corredores, paredes e muros da escola.